Hoje em dia, pais, professores e adultos em geral devem estar atentos no seu modo de se posicionar no mundo, pois são observados a todo tempo pelos menores, desde a mais tenra idade, sendo as primeiras aprendizagens por imitação e repetição do que fazem os maiores. É preciso a reflexão: no ato de educar, enquanto pai, professor, adulto, tenho contribuído para a instalação da corrupção , ou tenho sido contra esta?
Quando pequenos, caso os pais e ou responsáveis legais cederem às "birras", "chantagens", pequenos delitos, estarão automaticamente reforçando que corrupção é permitido, e assim estes seguirão em frente reproduzindo o aprendizado como algo natural, vindo, quando adulto, a banalizar valores éticos e morais considerados universais, infringindo leis e direitos dos outros ao seu redor.
Pequenas práticas do bem nunca saem de moda, como ter respeito pelos mais velhos, chamar de senhor e de senhora, dar lugar para sentar aos idosos, pessoas com deficiências, gestantes e mães com crianças de colo, devolver um pertence encontrado na rua ao seu legítimo dono, respeitar uma fila seja onde for, etc.
Cabe primeiramente aos pais esta educação a qual será reforçada pela escola e consolidada no meio social. Portanto, estar aberto ao diálogo com as crianças é de fundamental importância para a geração de adultos mais "maduros" e preparados ética e moralmente para viverem em qualquer ambiente e meio social.
No mundo dos adultos a realidade é completamente diferente do mundo das crianças, adolescentes e jovens, embora se tenha admitido maior abertura e compreensão de que a partir de determinadas idades a "criança" já possui consciência dos seus atos e portanto é oportuno que arquem com as consequências dos mesmos, onde se entende, cabe a redução da maioridade penal em alguns países que assim ainda não agem.
É preciso saber tratar de cada situação com cautela sem os excessos que geram violência e traumas. Como dito anteriormente, cabe sempre o diálogo.
Criança não nasce sabendo o que pode, o que não pode, o que é perigoso, o que não é perigoso, o que é errado, ou o que é certo (prefiro diz o que convém e o que não convém), e que toda ação gera uma reação, ou seja, consequência. É através do diálogo saudável, desprovido de gritarias e xingamentos que ela vai aprendendo à medida em que cresce, à medida em que ensinam, à medida que vão se tornando capazes de gerirem suas próprias vidas.
Ter "dozinha" da criança enchendo-a de mimos e fazendo tudo por elas, só gera adultos deficientes e dependentes, primeiramente dos pais, depois da escola e em seguida da sociedade de um modo geral. É possível praticar o amor, o carinho sem exageros e excessos de mimos. A criança desde pequena tem que aprender a buscar o que deseja, sem que para isso precise agir de má fé com seus semelhantes na criação de um ambiente de mentiras, desconfianças e desrespeito.
"Ensinar a pescar" é uma máxima muito antiga, porém atual. Há vários modos de pescar, como há vários tipos de iscas a serem usadas para captura de determinados peixes, águas mais rasas, águas mais profundas, épocas ideais, etc. Caso tiver um bom professor (pai, mãe, responsável, professor, etc.) e for um bom aluno, com certeza será um bom pescador. Caso estes "professores" não sejam experientes neste ofício, com certeza o aluno não será um bom pescador, ou não se sobressairá aos demais. Esta situação novamente nos leva à reflexão do que vem a ser um mal pescador e o que é um bom pescador e qual é o diferencial.
Complexo? Nem tanto, não há perfeição, mas um bom pescador costuma ser aquele que busca no equilíbrio e respeito ao meio ambiente e leis existentes, atender às suas reais necessidades e a dos que estão em seu entorno, buscando a sustentabilidade, sem que para isso necessite trapacear e infringir os direitos alheios. E todos crescem com isto. O mal pescador é o oposto, e a corrupção é contrária a tudo que se relaciona ao bom pescador, ela é egoísta, busca benefícios próprios em excesso, sugando todos os recursos da natureza, como se estes nunca fossem se extinguir, sem se preocupar com com o meio ambiente e com a coletividade, infringindo direitos, usurpando dignidade. O diferencial é a humanidade que há no bom pescador e nula no mal pescador.
Que tipo de pais, professores e adultos temos sido?
temos sido bons professores? A conclusão, cada um vai tirar no dia a dia no decorrer da vida, pois esta, realmente é uma escola.
Por Adalmir Oliveira Campos (Pedagogo, escritor e poeta)
adalmir-campos.blogspot.com.br
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